Noite de sábado. Um calor insuportável, um humor que não era dos melhores, cansadérrima, uma festa bombando num prédio próximo. Bombando mesmo: do 15º andar eu podia cantar e dançar cada música que rolava. Acabei indo pra cama e adormeci mesmo assim. Pronto: acabei sonhando com a mesma pessoa, com as mesmas situações, os mesmos medos e as mesmas angústias. Por que ele invadiu meu sonho? Por que ele ficou me azucrinando a noite inteira? A mesma pessoa, uma casa diferente, com uma turma diferente. Mas tinha o mesmo jeito doente e obcecado. Me cobrando. Me fazendo sofrer. Duvidando. Interrogando. Transamos. Brigamos. Que merda. E tinha um lance que eu poderia estar grávida. E eu acordava e voltava a dormir. O sonho retomava. Parecia que meu despertar era apenas intervalo de uma novela. E que novela. Essa estória não daria só uma novela; daria um longa, um livro. Dos mais dramáticos. E eu até duvidaria da autenticidade. Sim, eu mesma, a própria protagonista duvidaria. Volte para seu lugar jerk!
Last night I had
a dream about you
in this dream I'm dancing
right beside you
and it looked like
everyone was having fun
a kind of feeling
I've waited so long…"*
(Digital Love - Daft Punk)
* não era bem assim…