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Wednesday, December 04, 2002

Pela janela vejo fumaça, vejo pessoas.
Na rua os carros, no ceu o sol e a chuva.
O telefone tocou.
Na mente fantasias...
(Ira - Tarde Vazia)


Pouquíssimas vezes



Pouquíssimas vezes eu me lembro dele. As vezes nem eu acredito, porque foi tudo intenso demais. Nem um pingo efêmero. Mas quando eu penso, é tudo muito louco. Eu nem diria que penso com saudade. É com um tipo de sentimento esquisito, difícil de classificar. Tudo isso porque não é todo dia que vc decide fazer tudo o que tem vontade por causa de alguém. E eu fazia tudo. E ele fazia tudo. A gente fazia tudo. Várias vezes tive a impressão que éramos a duplinha mais feliz, a duplinha mais invejada. No bar, era sempre a mesma coisa: bebia, ria, beijava, dançava. Corria para o banheiro... era uma baixariazinha desnecessária, mas a gente curtia, se divertia. Se amava. Era duma felicidade que parecia nunca ter fim. É não tinha nada de efêmero mesmo. Praia quase todo final de semana. E um dia, deu a louca e ele foi me buscar no meio de um seminário em outra cidade. De carro. E sem avisar. E foi tão estranho (mágico?) porque no final do primeiro dia do seminário (seriam 2 dias ao todo) fui para meu quarto, liguei a tv, na nem sempre boa e velha MTV e rolava At My Most Beautiful do REM. A gente tava brigado e, nessa hora liguei para o celular dele, porque música sem dúvida, motiva as pessoas. Deu caixa postal. Duas horas depois, tocavam no meu quarto avisando que ------- estava na recepção. Ele me levou embora. Perdi metade do seminário. Eu me deixei levar porque eu realmente queria ir. E saímos nessa noite. E dormimos juntos. E hoje me veio essa lembrança. Sem saudade, só com intensidade. Com essa lembrança, vieram outros picadinhos de nossa estória. Com o pé engessado, fazendo loucamente na sala de estar de um andar que eu nem me lembro mais, com a janela aberta dando pra outro edifício. Me veio à memória o momento em que percebi que éramos vistos por outro cara, do outro prédio. Aí parei. Paramos. Mas ainda não haveria de ser alí que a nossa estória pararia.

I've found a way to make you
I've found a way
a way to make you smile
***
I read bad poetry
into your machine
I save your messages
just to hear your voice.
you always listen carefully
to awkwards rhymes.
you always say your name.
like I woulden't know it's you,
at your most beautiful.
***
at my most beautiful
I count your eyelashes secretly.
with every one, whisper I love you.
I let you sleep.
I know you're closed eye watching me,
listening.
I thought I saw a smile.
(REM - At my most beautiful)


E eu canto ela inteirinha. Tenho versão original, acústica, ao vivo. Um dia eu faço um post que se chamará At My Most Beautiful. Só pra eu mesma relembrar que cada palavra, cada frase da música dizia muito de nossa estória.