Ainda bem que você cresceu (para James)
A verdade é que o sumiço da 'garotinha' foi completamente involuntário. Nunca foi genuína a intenção de abandonar a tudo ou a todos (aqueles as quais ela se importava tanto). Simplesmente aconteceu e ela muito egoísta e auto suficiente se retirou de cena porque na sua concepção, podia dar conta do recado. E deu.
Quando ela o encontrou, surpreso, ele disse 'você não precisava ter feito tudo isso, sozinha'. Ela sorriu amargamente e respondeu: 'eu quis assim'. Na verdade, não era para ser assim e ela não queria assim, mas era orgulhosa demais para simplesmente declarar 'eu fiz uma merda, e tive de arcar com as consequências'. Não, o seu perfeccionismo idiota jamais permitiria que ela fizesse isso.
Eles conversaram sobre tantas coisas, menos deles mesmos. Menos da estória dos dois, que ficou em órbita e fora de alcance por causa do erro, da ausência, da distância e do tempo. 'Vamos, eu te pago umas cervejas e você me conta o que vai fazer daqui pra frente'. Ela topou e foram andando, lado a lado, não de mão nadas - quão atípico. Pararam no boteco de sempre, sentaram na mesa que parecia eternamente reservada para eles para nada do que sempre acontecia acontecer. O hiato... as vezes tão implacável.
Ela até tentou quebrar o gelo, quando após o terceiro copo de gin tônica, puxou a mão dele por debaixo da mesa para o meio de suas pernas, frias. Ele recuou pois, a tensão era inversamente proporcional ao tesão. Depois foi a vez dele, quando já bastante altos, a seguiu até o banheiro com a intenção de agarrá-la quando abrisse a porta. Ela gargalhou tão sinceramente - mas só por fora, porque internamente a vontade de retribuir e começar de novo era imensa. Imensa. Ela gargalhou e disse 'deixa de ser babaca, a gente tá bêbado'. Mais frustado do que sem graça ele concordou, resignado, com sorriso amarelo.
Satisfeita, mas infeliz, pensou consigo mesma: ainda bem que você cresceu.
Quando ela o encontrou, surpreso, ele disse 'você não precisava ter feito tudo isso, sozinha'. Ela sorriu amargamente e respondeu: 'eu quis assim'. Na verdade, não era para ser assim e ela não queria assim, mas era orgulhosa demais para simplesmente declarar 'eu fiz uma merda, e tive de arcar com as consequências'. Não, o seu perfeccionismo idiota jamais permitiria que ela fizesse isso.
Eles conversaram sobre tantas coisas, menos deles mesmos. Menos da estória dos dois, que ficou em órbita e fora de alcance por causa do erro, da ausência, da distância e do tempo. 'Vamos, eu te pago umas cervejas e você me conta o que vai fazer daqui pra frente'. Ela topou e foram andando, lado a lado, não de mão nadas - quão atípico. Pararam no boteco de sempre, sentaram na mesa que parecia eternamente reservada para eles para nada do que sempre acontecia acontecer. O hiato... as vezes tão implacável.
Ela até tentou quebrar o gelo, quando após o terceiro copo de gin tônica, puxou a mão dele por debaixo da mesa para o meio de suas pernas, frias. Ele recuou pois, a tensão era inversamente proporcional ao tesão. Depois foi a vez dele, quando já bastante altos, a seguiu até o banheiro com a intenção de agarrá-la quando abrisse a porta. Ela gargalhou tão sinceramente - mas só por fora, porque internamente a vontade de retribuir e começar de novo era imensa. Imensa. Ela gargalhou e disse 'deixa de ser babaca, a gente tá bêbado'. Mais frustado do que sem graça ele concordou, resignado, com sorriso amarelo.
Satisfeita, mas infeliz, pensou consigo mesma: ainda bem que você cresceu.