Aquela garota tinha uma necessidade infantil de chamar a atenção o tempo todo. Um lance escancaradamente freudiano (prefiro chamar de sanagem pura mesmo). Provocava sem querer ir ao fim, provocava sem estar a fim, provocava para acender ciume alheio, provocava para provar a si mesma que podia, provocava só porque estava entediada. Provocação cara e barata, todo dia, toda hora. Irritante. Naturamente provocante, a farsante. Um dia provocou quem não devia, e quem não queria, só pela diversão. Se fudeu, fudeu meio mundo, desceu ao inferno, foi odiada, desprezada e ignorada. Não para minha surpresa, um tempo depois, lá estava novamente, exercitando sua sacanagem. Um questão de característica, que estava lá, tatuada e inerente. As pessoas não mudam e suas particularidades não podem fazer o trabalho sujo sozinhas. A provocação é também um estilo de vida que escolheu para as ocasiões em que tudo ao redor parece chato demais e ela quer dar uma chacoalhada. Invarialmente irresponsável e ela não liga. Ela não liga.
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