então eu estava na piscina em processo em fotosíntese, achando que estaria sozinha, ouvindo minha música alheia às conversas idiotas e os gritinhos da crianças na água. eu tentava ler os lábios daquelas mulheres - que só podiam estar reclamando da barriga que a maternidade havia lhes deixado. eu ri. a música era melhor e então eu percebi que aquilo daria um videoclip: a música era ótima, o dia era lindo, as imagens não eram perfeitas, mas eram interessantes e o melhor de tudo, eu não podia ouví-las. e a música... bem a música era sim, perfeita. então eu comecei a ler o livro que você me deu, um bom livro, que eu já li mas queria lê-lo de novo e agora não ouvia mais música, agora eu só ouvia aquelas duas menininhas brincando na água e eu interrompi minha leitura para assistí-las. elas brincavam. 'abre bem as pernas'. e tudo parou. eu fiquei pensando nas coisas mais sórdidas e só ouvia sua voz 'abra bem as pernas'. eu me senti ordinária, pornográfica e barata. e ainda assim, foi divertido todo o lance. não que eu queira me justificar, mas não foram as meninas o agente causador de minha viagem, foi o que elas disseram em sua 'ingênua' brincadeira de passar uma por baixo da outra, na piscina. abre bem as pernas...
